quinta-feira, 18 de agosto de 2011

O Psilo e a Psique


Na Pérgula da Graça
uma borboleta bateu asas
até esbarrar no parabrisas
de um velho Ford.
Vi minha alma ser carregada
até perder de vista.
Não esqueci como o olhar
engana: pensei ter visto
um psilo domando uma serpente.
O sol batia de frente
nas vitrines do Roland.

Quase oculto



Do sujeito que sou
o silêncio é a melhor parte
da festa – rir sem fazer parte
da farsa – onde tudo parece
drama.

Do sujeito às avessas
  que me tornei
não queira saber.



terça-feira, 9 de agosto de 2011

Ato lúdico

 
atear fogo à lixeira
com papéis recém escritos:
versos, conclusões de improviso,
prosa sofrida, enredo para pensar
sem prazo previsto, não importa...
fico sempre devendo o próximo capítulo.


Bem - me - quer



Veja que confortável,
responder pelo tempo que sobra,
pela falta de um abraço que completa.
E os carinhos  todos meus,
clandestinos, como são os amantes.